segunda-feira, 30 de novembro de 2009

a tua cabeça é uma ervilha.


Ainda me lembro da última vez que te abracei: depositei naquele abraço toda a minha força, toda a minha saudade de ainda te ter por perto. E a tua cabeça nas minhas mãos era uma ervilha com cabelos fraseados de meias palavras que eu ia acariciando com os meus lábios rugosos.
Não me custa falar disto; o que custa é lembrar. E lembro quando falo para dentro e faz eco; a minha voz grossa não deixa de lado os teus olhos que quando me olhavam pareciam a máquina fotográfica que me ofereceram e que perdi. Fotografavam todas as demais pequenas imagens e falavam-me delas sem me cuspir. Hoje julgo que continuas a fazê-lo; acontece que hoje, sou adversa para ti. E tu já não és só um: já és mil na minha cabeça e metade de um só na minha alma (se é que a tenho de verdade).

Um dia, ofereces-me uma máquina fotográfica a cores?

8 comentários:

Mara disse...

És especial e única.
Tal como a tua escrita.
És tudo menos vulgar.
E não ser vulgar é maravilhoso.

Maria disse...

A nossa chuva. Oiço-a sempre.

L1MON disse...

tempo eu? nem por isso, gostava de ter mais :,(

adorei o teu texto, diz-me bastante.
[]

Anónimo disse...

Determinação e coragem acima de tudo. Levo também alguns que estiveram sempre comigo, os verdadeiros apenas.

Elo.

J' disse...

Abraça-me a mim também, com essa força.

Poppins disse...

Os teus textos são músicas para os meus olhos, cê.

[]

Mara disse...

Trazem-me recordações de que, em tempos, ainda nos quisemos com alegria.

débora miriam disse...

as tuas palavraqs entram-me no coração, e eu gosto de as deixar por lá.