quarta-feira, 18 de novembro de 2009

herói, às vezes.


Se há alguns meses atrás te disse que quando fosse grande queria ser como tu, hoje já não funcionas como um ídolo para mim. Recordo-me da tua resposta, como se me tocassem nas mãos as tuas agrestes palavras. Respondeste-me: “quando for grande quero ser como eu”. Na altura, achei que não tinhas percebido o que eu te tinha dito e, por isso, não me devolveste a resposta que os meus ouvidos gritavam por ouvir. Porém, hoje, aqui deitada neste mesmo manto de azul do teu céu, percebo que isso não eram mais do que estórias com sabor a areia que eu tentava traçar aos meus olhos.
A minha intermitente inconstância levou-me a mudar o que julgava poder existir: heróis. Já não és o meu. Talvez nunca tenhas subido ao pódio mesmo, até porque nunca me salvaste. Afinal, os heróis só existem nos livros que nos contam estórias bonitas para adormecer.
Sabes, eu acho que tu cresceste demais e já não sabes de ti. Eu, pelo contrário, limitei-me a olhar para ti, sentada de cocas, à espera de ser como tu. Hoje não cresci, mais uma vez. Hoje continuo a mesma sardinha enlatada muito ensopada de mim e sabes, quando for grande quero ser pássaro, porque feliz já o sou aqui, de cocas.


E tu, és feliz?

7 comentários:

Maria disse...

Quando for grande quero ser colorida como tu.

qel disse...

às vezes sabe bem acreditar. Mas só às vezes.

Marilena R. disse...

AMEI +.+

Mara disse...

«Sabes, eu acho que tu cresceste demais e já não sabes de ti.»

Adorei a frase*

J' disse...

Tu és a minha heroína, sim? E salvas-me! Todos os dias... :')

Joana M. disse...

Não se devem pôr pessoas em pedestais. Porque nos sentamos a admira-las e não somos pássaros, sentadas.

Anónimo disse...

Sou, à minha maneira mas sou.
O tempo por vezes teme em andar mais depressa e outras vezes mais devagar, mas não que o impediu de ser.

Elo.