quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ovo voador


Gostava tanto de sair para fora de mim;
Ir pelos ares, só para sentir o que sentem os pássaros que morrem a voar. E depois cair. E depois sentir... porque a verdade é que cada dia que passa já não sinto nada: parece que o meu corpo se separa, assim como um ovo que se quebra, casca esmigalhada para um lado, clara e gema em cérebro amolecido para o outro.
Fico a contemplar aquela magrizela de olhos queimados pelos quimicos, sem dentes, agachada no chão ao lado de vómitos e trapos velhos, a puxar as veias para ver se ainda distingo alguma no meio das feridas.

Metes nojo! - dizes tu, a meia voz.
E eu faço das tuas, as minhas surdas palavras.

5 comentários:

Ana Guedes disse...

parecem estar bonitas as palavras por aqui :)

Quanto ao link, existem por lá mais vídeos (e não apenas os teasers! dá uma espreitadela!)

Maria disse...

um dia vais ser um pássaro azul.

Maria disse...

o meu. (l)

as velas ardem ate ao fim disse...

és linda.digo eu.

bjo

Tani disse...

Sentir, nem que por milésimas de segundo de vida ante a morte.