Ainda ontem visitei a linha que
separa o céu do mar. Percebi que mar e céu têm a capacidade de se engolirem
mutuamente e, em simultâneo, viverem em simbiose. Como eu e tu. Também vivemos
uma simbiose; também eu fico sucumbida pela tua doce voz, pelo anjo que vive em
ti ou por ti. E gostava de saber tanta coisa a teu respeito; gostava de saber
como é o céu, ou pelo menos, como é o teu. Não o imagino; também nunca fiz um
esforço. Mas agora que penso nisso imagino que o teu céu seja uma nuvem branca
que flutua, que fala, que ouve, que me sorri em dias mentirosos de chuva e que
tem vontade de ter o sol como pano de fundo. Imagino-o e imagino-te em cima
dessa mesma nuvem a olhar por mim.
Mas já que ontem descobri que céu
e mar acabam no horizonte do meu olhar, deixa-me também descobrir-te. E vem tu
também descobrir-me e guarda-me como se fosse uma praia abandonada à espera de
ser encontrada pela tua infinidade de pinturas de fresco.
Sabes, eu acho que descobri que
os anjos existem mesmo nessa linha, onde o mar e ceu se tocam e se apaixonam. E
tu já descobriste isto?
1 comentário:
acabei de o descobrir contigo, anjinho. (L)
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