Toco-te nos olhos com os meus. Rimo-nos para o lado, como duas crianças envergonhadas.
Já te disse que me deixas com borboletas na barriga? Não, claro que não. Há muita coisa que não te disse. Melhor: eu ainda não te disse nada. Falamos ainda em demasia com os olhos; para ser sincera, é a parte mais bonita do amor. Tudo o resto não faz parte do meu dicionário ambulante de significados e frases feitas.
Olhar para ti é ver-te como esta incógnita elevada à sétima e dá-me vomtade de olhar ainda mais e sempre mais. Mas sempre com este medo de que percebas que o estou a fazer.
Somos uma equação impossível, sei bem. Mas deixa-me sonhar um pouco e perder-me em ti, naquilo que talvez sonhes. Em que pensas? Conta-me... conta-te. Conta-te pelos dedos das mãos. Conta-me os teus segredos (mas não os maiores). Fala-me das tuas borboletas; gostava que fossem as mesmas que as minhas. As tuas voam? As minhas às vezes perdem essa capacidade e colam-se ao chão. Achas que podias dar-lhes asas infinitas?
Definitivamente todos podemos conhecer o amor; é por isso que ele é tão complicado.
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