Penso que nos tornámos duas pessoas (em vez de uma)
demasiado sozinhas; ou fui só eu que me tornei demasiado “bicho-do-mato”? Desculpa
se generalizo mas a minha tendência para não querer viver isto sozinha, grita e
eu só falo baixinho.
É que hoje parece que estou a escrever só para não ficar
calada. Na verdade, tenho tanta coisa para dizer; tenho sempre uma infinidade
de coisas para contar mas o vento leva-as sempre e eu fico-me com ele pela
metade. Nunca me completo e esse é um grande receio meu (para além de tantos
outros): ficar sempre incompleta.
Vamos então falar de uma coisa qualquer; pode até nem ser
nada. Vamos falar de doenças, de enjoos (que é o que estou: enjoada de mim; ou
será isto uma daquelas vezes em que nos sentimos imundos por não tomarmos
banhos quentes há já alguns dias).
Hipótese B.
Então hoje sou um bicho a precisar de colo (e não de um
banho, ao contrario do que pensas), a precisar de fechar os olhos porque estão
cansados. E então hoje estou também demasiado confusa; soubesses tu as coisas
malucas que a minha cabeça tonta pensa. Conto: conto que hoje tenho saudade e
que estou cansada (assim como os meus olhos) de andar (tipo barata tonta em
sextas feiras selvagens) de um lado para o outro e nem chegar a lado nenhum.
Hoje não me leias; tenho linhas demasiado feias, demasiado
longas e sem vínculo. Olha-me só, sem ler. E dá-me colo.
1 comentário:
eu dou-te colo Matilde*
Enviar um comentário