quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Já sabia que era uma peúga cheia de buracos e que era o teu entretém nos dias do sofá. A minha cara fazia parte do teu segundo plano da parede. Afixavas-me lá no alto com cuspo e cola adesiva, junto ao quadro da tua tia-avó que nunca chegaste a conhecer.
A única coisa tua que tocava em mim eram os teus olhos; ora cor da chuva, ora tons de mel, eles tocavam em mim em curtas investidas, e eu, encavacada, nem sabia o que fazer nem como estar (se bem que não tinha grandes alternativas se não estar esburacada e tesa que nem uma pedra sem coração).
Mas isso, era dantes. Hoje estou em saldos. Não me perguntes porquê; eu também não sei, mas sei que estou.
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11 comentários:
"Hoje estou em saldos. Não me perguntes porquê; eu também não sei, mas sei que estou".
Parabéns por todas estas palavras repletas de um estouvamento delicioso.
(Sou amiga da Raquel. Em conversa ela falou-me no teu blog. E considero-me já uma cliente assídua =)).
Já te disse que escreves super bem?
[] Cê.
Estás em saldos, dizes, mas eu pago-te pelo preço inicial: uma quantia exurbitante. E para que haveria de pagar tamanho montante para depois te colar com cuspo? Só cola super-3.
Love you*
"Mas isso, era dantes. Hoje estou em saldos. Não me perguntes porquê; eu também não sei, mas sei que estou."
Estou apaixonada pelo aquilo que escreves (:
está lindo !
"Hoje estou em saldos" eu estou ha 3 meses :|
adorei o texto o:
(depende , há portas que por vezes valem a pena serem abertas , ou pelo menos , pensamos nós que sim)
Adorei mesmo :D
É horrível quando nos descartam.
Não somos objectos.
O teu geito para escrever está cada vez melhor.
Como gosto de ler-te.
Eu pago o dobro para te ler!
um bjo
Tu não tens preço.
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