Abre o olho direito e depois o esquerdo e em simultâneo fecha o nariz e respira todo o meu ar seco e híbrido. Pela primeira vez, não me julgues nem me recrimines nem digas que sou feia e que tenho uma ruga bem nítida no meio da testa: estou velha e cansada, tenho a cara muito pálida, bem sei. Mas nem por isso sou uma inválida nem uma sem-pernas qualquer. Preciso tanto que olhes para mim; mas não me olhes com olhos de ver: olha-me só um bocadinho pelo teu sobrolho. Diz-me no ouvido que me tencionas amar-me para o resto dos teus dias até que a morte nos separe como em todos os enlaces com finais bonitos.
Toca piano para mim: improvisa, como se eu fosse a tua musa inspiradora. Faz-me levitar no teu céu branco e prodigioso. Mata-me como se empurrasses uma criança num baloiço de cristal, no quotidiano dos teus dias envelhecidos. Sim, é isso: mata-me só.
Toca piano para mim: improvisa, como se eu fosse a tua musa inspiradora. Faz-me levitar no teu céu branco e prodigioso. Mata-me como se empurrasses uma criança num baloiço de cristal, no quotidiano dos teus dias envelhecidos. Sim, é isso: mata-me só.
4 comentários:
Um dia vou-te cantar de improviso. Cantas também para mim? *
Cantar d eimproviso.
Como é bom.
Porquê problemas intestinais? :O
Mas não, não estou xD
Em vês de tocar para ti e fazer-te levitar; levo-te no meu balão de ar quente para um lugar encantado.
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