Cansaço. Não esperes por ele, pelo cansaço que te cega a alma e os olhos e toda a tua pele, todo o teu cansaço que te faz ver a dobrar as letras.
Sim, eu esperei por ele, numa esquina e ele encontrou-me sem necessitar de grandes GPS’s e novas tecnologias baratas que se compram por “dá cá aquela palha”. Agora que já o conheço, sei-te dizer como ele é: frio, gordo, narigudo, com pernas de elefante. É um gatuno este cansaço, que me rouba o tempo e, ao contrário do que os homens dizem, eu (que gostava de ser um pássaro azul e que ainda vou sê-lo numa outra vida), eu digo que tempo é amor e não que é dinheiro.
E o hoje, este cansaço trouxe-me para a sobremesa uma grande (íssima) dor de cabeça que não me soube nem a mousse de chocolate caseira nem a cheesecake de limão; e para ser sincera acho mesmo que não me soube nem a ar, nem a vento, nem a nada.
E amanhã, meu caro cansaço, amanhã serei eu a cuidar de ti e não o inverso. Amanhã sou eu quem te dá a sobremesa.
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