E eu que sempre te quis dizer tanta coisa, por vezes fico tão cheia de nada que me confundo com tudo.
Corrompe-me esta vontade de falar rápido, cada vez mais rápido para que não percebas as minhas meias frases e muito menos as minhas frases inteiras. Falo rápido, cada vez mais rápido. Confesso que nem eu própria percebo bem as palavras que digo, e muito menos aquelas que como sem ter fome. Confesso também (já que estou numa de confissões) que nem eu sei daquilo que estou a falar. Vamos falar do além.
Eu: O que é o além?
Eu: Não sei. Talvez seja frio. Gelado. Como um granizado de melancia.
Eu: Nesse caso, posso ser eu o além?
Eu: Achas-te à imagem e semelhança de um granizado de melancia?
Eu: Não. Mas sou um lugar frio, às vezes. Não sabias?
Eu: Sabia. Um dia acordo a teu lado e levo-te um chá bem quente à cama.
Eu: Espero que esse dia chegue bem rápido. O Inverno está quase a bater à porta, vem convidar-me para tomarmos um chá e eu vou com ele.
Eu: E vão longe tomar o chá?
Eu: Provavelmente sim. Talvez me leve ao além; ao verdadeiro além.
…
10 comentários:
Gostei muito do teu jogo de ideias :)
Acho sempre a tua escrita inteligente*
:) que bonito!
a primeira frase é algo de espantoso. lindo. beijinhos*
tão bom, tão bom qu este texto está. mesmo, a serio. mesmo a serio.
Gostei :)
não já não. e isso ainda lhe deu mais piada.
Sinceramente não sei, mas irei fazer o que conseguir para o evitar. E se explodir, explodi. Pode ser que tenha uma agradável surpresa :)
no meu caso é mau, sinceramente. tudo o que tenho para lhe dizer são coisas más.
Eu adoro tanto o que tu escreves!
gostei das palavras :) *
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