quarta-feira, 1 de setembro de 2010


E eu que sempre te quis dizer tanta coisa, por vezes fico tão cheia de nada que me confundo com tudo.

Corrompe-me esta vontade de falar rápido, cada vez mais rápido para que não percebas as minhas meias frases e muito menos as minhas frases inteiras. Falo rápido, cada vez mais rápido. Confesso que nem eu própria percebo bem as palavras que digo, e muito menos aquelas que como sem ter fome. Confesso também (já que estou numa de confissões) que nem eu sei daquilo que estou a falar. Vamos falar do além.


Eu: O que é o além?

Eu: Não sei. Talvez seja frio. Gelado. Como um granizado de melancia.

Eu: Nesse caso, posso ser eu o além?

Eu: Achas-te à imagem e semelhança de um granizado de melancia?

Eu: Não. Mas sou um lugar frio, às vezes. Não sabias?

Eu: Sabia. Um dia acordo a teu lado e levo-te um chá bem quente à cama.

Eu: Espero que esse dia chegue bem rápido. O Inverno está quase a bater à porta, vem convidar-me para tomarmos um chá e eu vou com ele.

Eu: E vão longe tomar o chá?

Eu: Provavelmente sim. Talvez me leve ao além; ao verdadeiro além.

10 comentários:

Mara disse...

Gostei muito do teu jogo de ideias :)
Acho sempre a tua escrita inteligente*

Anónimo disse...

:) que bonito!

Lucia disse...

a primeira frase é algo de espantoso. lindo. beijinhos*

Margarida disse...

tão bom, tão bom qu este texto está. mesmo, a serio. mesmo a serio.

Leonor Neto disse...

Gostei :)

Margarida disse...

não já não. e isso ainda lhe deu mais piada.

Leonor Neto disse...

Sinceramente não sei, mas irei fazer o que conseguir para o evitar. E se explodir, explodi. Pode ser que tenha uma agradável surpresa :)

Lucia disse...

no meu caso é mau, sinceramente. tudo o que tenho para lhe dizer são coisas más.

Mafalda disse...

Eu adoro tanto o que tu escreves!

nnie disse...

gostei das palavras :) *