sábado, 18 de abril de 2009

Dois lados da mesma porta.


És uma porta mal fechada: eu insisto em rodar o trinco para descobrir o que escondes tu nessa tua alma; tu preferes escorregar encostado na porta e cair aos seus pés. Ficas-te do outro lado da dela, enrolado nela e dás-lhe beijos sem fim, como se a amasses mais do que a ti próprio. Brincas com ela e contas-lhe os teus segredos. E eu, estou aqui, do outro lado tipo bicho-de-conta, enrolada que nem uma bola à espera que o teu frio me aqueça. Bem sei que perferias que fosse uma galinha de grandes seios brancos. Talvez por isso nunca me tenhas aberto a tua porta.
Cá deste lado sinto a tua respiração: os pêlos do teu nariz dão-te um aspecto de bode. Eu sei, mesmo sem te ver, que eles vibram veemente com o teu respirar ofegante e que saltam como se fosse pulgas em pêlos de cão.
Tantas e quantas foram as vezes que os meus olhos húmidos passaram sobre as frinchas da porta na tentativa de poder ler qualquer letra. Lamento que a única coisa que até hoje vi foram nódulos de sangue e réstias de bolos queimados com cheirinho a sexo que sempre me quiseste dar.

4 comentários:

Joana M. disse...

bicho-de-conta, enrolada que nem uma bola à espera que o teu frio me aqueça. Bem sei que perferias que fosse uma galinha de grandes seios brancos. Talvez por isso nunca me tenhas aberto a tua porta.está tão forte esta frase quanto o está o final. não te contentes com frinchas.

Eli disse...

Não! Cheira a mim. Pq?

as velas ardem ate ao fim disse...

bicho-de-conta, enrolada que nem uma bola à espera que o teu frio me aqueça.

Eu li te duas vezes e reti a frase de cima...

bjo grande

(ela ja saiu do hospital???)

Maria disse...

Porque sabes o que penso em relação a mamas, rabos e sexo.

(l)