sábado, 22 de outubro de 2011

É sexta e cheira a pudim, aquele pudim caseiro que tu fazias dantes. Ainda me recordo do cheiro a quentinho a pudim em tardes de sábado, quando ainda podia não sabia muita coisa. Contínuo sem saber; continuo a olhar para uma nuvem sem saber o que é, porque nunca lhe toquei: sei que é uma nuvem mas nem sei se é real. Apenas sei porque outros me dizem.
Na altura em que ainda haviam tardes de sábado com cheirinho a pudim eu nem se quer pensava nas nuvens; gostava de me lembrar em que pensava eu nessa altura. Triste é saber que as coisas em que pensamos se vão dissipando como se estivessem cansadas de nos aturar. Pergunto-me então em que pensas tu neste momento, aí tão na tua casa. Presumo que te estejas a sentir como um pudim sem ovos, ou como um ovo sem casca.
É sexta feira e passear nestas ruelas faz-me pensar que moro aqui há pouco tempo, mas há tempo suficiente para já me sentir na minha casa, ainda que ela não tenha muitas janelas e uma só porta, ainda que ela esteja despida deste outono que tem cara de verão ensolarado. Isto porque hoje é sexta feira e cheira ao teu pudim.


4 comentários:

MediCirurgEver disse...

aqui na minha casa sinto-me um bocado ovo sem pudim..
aí na tua casa espero que te sintas um pouco mais recheada.
começou bonita a manhã, estou a ver*
[1]

JL disse...

que familiar :)

Margarida disse...

gosto bastante :)

Vilma Salgado disse...

gosto muito *