Afinal, estás em casa. Já estás deitada, debaixo dos lençóis quentes de pouco amor; o silêncio encarregou-se de os aquecer com a sua música monocórdica. Daqui ouve-se apenas o som do teu respirar. Espero que já estejas a dormir, porque eu… eu estou a sonhar. Como sempre, a sonhar. Estou à tua espera.
Se um dia sonhares o mesmo que eu, espero que me encontres. Estou sentada, com a mesma camisa de lã branca com que brincava quando me empurravas no baloiço. Apesar de não me lembrar de alguma vez o teres feito, eu acredito que isso tenha acontecido. Também tenho trancinhas como aquelas que tinha quando saía à rua e que a memória apagou com um sôfrego e quente bocejo. Eu perdoo-lho; afinal, a memória também tem sono, também se cansa de mim.
Se um dia sonhares o mesmo que eu, espero que me encontres. Estou sentada, com a mesma camisa de lã branca com que brincava quando me empurravas no baloiço. Apesar de não me lembrar de alguma vez o teres feito, eu acredito que isso tenha acontecido. Também tenho trancinhas como aquelas que tinha quando saía à rua e que a memória apagou com um sôfrego e quente bocejo. Eu perdoo-lho; afinal, a memória também tem sono, também se cansa de mim.
Acordaste-me com o abrir estrondoso da porta castanha do quarto. Afinal, não estás em casa. Eu é que estava na rua. Como sempre.
3 comentários:
«Afinal, não estás em casa. Eu é que estava na rua. Como sempre.»
tocaste-me*
Está, qualquer coisa, de ... meticulosamente incrivél.
és linda.
(de nadas. obrigados, eu. :p)
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