Eras uma prisão a olhos vistos. Via transversalmente os dias a passarem enrolados e vedados pelo teu corpo que, não era nada mais nada menos que parte integrante das grades rectangulares que ornamentavam esta minha cela. Via a chuva tão inexorável lá fora a atirar-se ao chão da estrada, como se quisesse partir-se em mil pedaços. Do mesmo modo, também chovia deste lado das grades: uma chuva descompassada que soluçava e respirava e inspirava e suspirava e bradava aos sete céus que fechasse as torneiras.
Queria tanto que ouvissem este seu clamor: uma voz tão pontiaguda e, em simultâneo, tão irredutível. Um dia, sei que vais ouvir. Até lá, a chuva vai cair aqui bem do meu lado, como se já fossemos cúmplices. E não somos. (?)
10 comentários:
Gosto tanto dos teus textos.
Somos cumplices da da dor, ele que viaja connosco e vai acordando de mansinho para começar a abrir chagas (...)
Lindo :)
Somos, somos cúmplices. (l)
Tem mesmo . E um daqueles lugares bem grandes !
Mas custa tanto eles nao perceberem q os amo e q é normal andar afastada ! Custa de verdade ! ='/
Gosto mesmo da maneira como escreves ! *-*
Chover por vezes é bom. Ajuda a esconder (..)
ai que parecidas que somos no sentir...ou no escrever sentimentos.
dor.doi muito,doi.
um bjo
Tento até não poder mais.
Tens alma. Tens estilo. Tens voz.
Adoro todos os teus textos, sem tirar nem pôr.
Não pares nunca, por favor.
Sincera,
Reneia
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