quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sal e Açucar.


Pegaste na minha mão como quem pega uma folha de papel. Declaraste independência e disseste-me para eu ser pomba dentro dos meus exílios. Não te ouvi: não quis ser mais uma dessas tuas insónias, nem causar-te remorsos. Se caio, não é por ti nem para ti: é para mim e por mim.
Num ápice afluem à minha mente, à minha alma estas promíscuas e infindáveis coisas que, nos meus concílios, não são mais do que o alfa e o ómega. E cerro os olhos com força e pestanejo como se com eles quisesse falar e gritar: eis a chuva; a mais salgada. Ela pensava que sabia a doce mas, no fundo, era, concomitantemente, insípida e salgada. Talvez fosse o bastante para condimentar as nossas interlocuções e anologias. Um dia destes, pego nela e uso-a para cobrir os nossos físicos, como se de um cobertor de lã se tratasse. Até lá, deixo-as envolverem-se em doces conversas salgadas com o dulcificado sabor do açucar.

7 comentários:

Marta Rosa disse...

Nem sempre se pode escrever o que se sente realmente. As criticas são mais fortes que a coragem de assumir os sentimentos(..)

Sem palavras, texto magnifico!

Marta Rosa disse...

eu até aqui tenho criticas. Om mundo aqui também é voraz, mais do que eu pensava. Os sentimentos são sempre postos em causa.

Maria disse...

Leva-me.

Joanita disse...

Impressionada.

Parabéns :D

(invasão :$)

P' disse...

Texto Lindo . Mesmo.
Escreves muito bem ! *_*

[Invasao =$]

Ana Rita disse...

Adorei o texto. Parabéns (:

Wilson disse...

Excelente texto :)